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Hobsbawm em O Caubói Americano: um mito internacional? texto presente no seu recente Tempos Fraturados (2013) já enfatizava o aspecto mítico da figura do cowboy. Uma leitura que vem desde Jean Louis Rieupeyrout e André Bazin no já clássico O Western ou o Cinema Americano por Excelência. Quando surge, pois, gênero tão popular? Qualquer genealogia do gênero localiza sua origem no processo de expansão da fronteira americana (1840-1890). Sua principal característica sendo o conflito entre civilização e selvageria

Um período marcadamente imperialista dos Estados Unidos. Um discurso que efetivamente atravessou os debates políticos, a antropologia, além de enformar a literatura e a pintura do período. Uma tradição inventada, um mito que elegeu o ordinário americano colonizador como o herói e creditou o Outro, genericamente identificado como índio como o atraso ao progresso. Imagens que transitaram dos diversos veículos desse gênero em crescente popularidade no final do século XIX e chegam até o cinema. 

Se, como diria Gordard “o cinema é uma preocupação do século XIX resolvida no século XX”, podemos pensar que a ideologia em torno de um dado sentido atribuído ao gênero western no século XIX será resolvida no cinema western no século XX. De Edwin Porter e Griffith, passando por Ford e chegando até Leone e Peckinpah, o western encontrou no cinema, o veículo de maior exploração de suas possibilidades. Não há como negar o impacto do gênero nos mais variados aspectos da comunidade imaginada americana no século XX. Ou melhor, suas imagens constituem um patrimônio inegável na cultura histórica americana. O western cria, pois um passado imperfeito, sujeito à leituras triunfalistas, ou pensando na sobrevivência dos vaga-lumes (que desde muito antes brilhavam na escuridão de um discurso hegemônico), buscava uma revisão crítica da história americana, da imagem do Outro tantas vezes exposta no cinema.

 

Mesmo com o crepúsculo do gênero por volta dos anos 1960, é possível notar inúmeras metamorfoses dessa tradição inventada. Mas aí, já entramos a procurar (seachers) em outra jornada…

Aê galera, pra quem ainda não viu, participei do segundo podcast do Marmita Virtual o Marmitacast. Eu e a galerinha do blog (Wilker, Paulo e Eduardo) comentamos quais são as nossas franquias preferidas, se gostamos ou não dessa idéia de vários filmes e com muita informação, desinformação e diversão, batemos um ótimo papo. Ouçam e comentem lá.

Ouça aqui:  MarmitaCast # 02 – Nossas Franquias

L’Uccello dalle piume di cristallo, 1970 – Direção: Dario Argento – Elenco: Tony Musante, Suzy Kendall, Enrico Maria Salerno,Eva Renzi

O estreante na direção, Dario Argento retrata aqui o elemento que o deixaria famoso e que mais tarde seria uma de suas melhores marcas: o Giallo. E não fica difícil pegar vários elementos que este tem em comum com uma de suas melhores obras e que viria a ser filmada mais tarde, a obra- prima “Profondo Rosso”. A exemplo do possível vilão do filme, que se assemelha a igualdade com o de seu filme posterior.

“O pássaro das plumas de cristal” traz em seu centro, um americano, Sam Dalmas (Musante) que sabe-se lá o que foi fazer na Itália, além de lançar um livro sobre aves que nem ele mesmo quis só para ter dinheiro para voltar para seu país natal, e que testemunha o atentado a vida de Monica Ranieri (Eva Renzi) em uma galeria de arte, e vê seu passaporte preso pelo Inspetor Morosini, que pede para que Dalmas lembre-se de cada detalhe da noite do atentado a vida de Ranieri.

O filme de estreia de Argento está longe de ser ruim, ainda mais se nos apegarmos as sequências finais, que o melhoram até. Mas tanto o começo, quanto o decorrer da obra sofrem com alguns deslizes de principiante que ficam bem claros sem nem precisar de uma análise mais profunda. A começar por seu personagem central, Sam Dalmas. Que além de estar perdido na história não traz nada além de uma curiosidade burra ao querer investigar o crime que testemunhou e mesmo sendo ameaçado ou questionado, entrega elementos óbvios para o “assassino”, como na cena em que este pergunta à Dalmas se eles está com sua mulher, e ele responde afirmativamente, sem nem ao menos perceber que aquilo o afetaria. O que faz de Dalmas um personagem frágil e que muitas vezes desinteressa ao espectador, especialmente após burrices como a citada acima.

Outro elemento que enfraquece a trama é o fraco ritmo que Argento impõe para sua obra, tornando-a chata em certos momentos e dificultando a afeição de quem assiste. Chegando a conter diversas cenas que poderiam muito bem serem cortadas sem que afetasse a película.

E por fim, o que mais desagrada ao ver um filme do Argento, é ver, ou melhor, não ver sangue. Provavelmente por ser seu filme de estreia ou por não ter total domínio sobre o projeto ou até mesmo por não ter domínio sobre a técnica de fazer sangria, Argento acaba se limitando a cortes secos que danificam a obra, ao nos apresentar apenas os mortos já feridos, e nunca mostra-los sendo feridos. E conta sim como defeito porque algumas cenas de assassinato chegam a ser ultrapassadas (pra não dizer toscas) justo por não arriscarem mais e ficarem apenas no barulho que nem chega a assustar ou agonizar.

Mas se o filme perde nesses aspectos, ganha e muito em outro: o suspense. Todo o mistério em torno de quem pode ser o assassino, no porque dele ter comprado o quadro e o porque de matar apenas moças intriga e Argento já mostra aqui suas habilidades narrativas, ao filmar as cenas em que o assassino persegue suas vítimas com toda calma possível, sempre enchendo a tela com muitas sombras e por muitas vezes, negrume total. O melhor exemplo disso, é a cena em que a namorada de Dalmas se encurrala no quarto, o medo toma conta da narrativa e a agonia da garota em meio a escuridão e a faca que perfura a porta são de deixar qualquer um aflito.

Sem moldar uma fotografia mais desafiadora como em seus filmes posteriores como “Suspiria” ou “Phenomena”, Argento se mantém no modo seguro todo o tempo, fazendo um filme que não se arrisca, mas também não se limita tanto. Uma obra mediana que alterna entre pontos bons e ruins. O que é de se entender, já que estamos falando de um estreante. O que fica são algumas cenas como a que Dalmas testemunha a tentativa de assassinato ou a já citada cena claustrofóbica do quarto.

3/5

O Vazio Mecânico

12/05/2012

Onde estou? Ah, na minha cama.

Surpresa, isso deve ser bom.

Me levanto, mas não quero. Dentro do meu quarto olho as paredes, sempre opacas e nunca formes. Elas nunca me animam ou desanimam.

Continuo a olhar a parede a frente da minha cama. Lembro que tenho que tomar café da manhã, só não sei porquê. Quase chegando na cozinha eu me lembro que tenho que lavar meu rosto. Após lavá-lo, não me lembro o porque de tê-lo feito.

Chego a cozinha.

Não há nada que eu goste de comer.

Como qualquer coisa.

Apenas como.

A falta de gosto me causa estranheza, me causa algo.

Passa de repente e volto a encarar uma parede.  A diferença é que esta possui um armário branco.

Continuo sem saber o que sentir.

Lembro-me que me indicaram um filme, que me afirmaram fazer qualquer um chorar. Sentei-me em meu sofá bege e esperei os créditos iniciais.

O filme termina.

Nenhuma lágrima.

Frustação sobe-me a cabeça.

Queria que fosse ao coração.

Continuo sentado por horas, encarando a parede onde a TV está desligada.

Noto que já está no meio da tarde e eu não consegui me recordar que precisava almoçar, mas já é tarde pra isso. Deixo de lado e aguardo a meia tarde para poder observar o laranja do horário que costumava me fazer feliz.

Não sei o que é isso.

Não mais.

Após o anoitecer encobrir o cerco de minha residência, percebo que ainda estou refletindo sobre a falta de felicidade.

Lembro-me de ter que tomar banho.

Lembro-me que tenho que comer.

Lembro-me que tenho que sair.

Lembro-me que tenho que fazer compras.

Lembro-me que tenho que ligar.

Lembro-me que tenho que lembrar.

Durmo.

Mas não quero.

Morro todos os dias.

Vivos sentem.

Eu não.

Boyd Crowder by me

12/05/2012

Pros fãns de Justified

Porque não há nada mais incomunicável e distante que o amor, e nada mais desprezível que uma mulher que não te quer mais.

De:Igor Frederico

O incompreendido

09/02/2012

Vento.Vento. Pausa. Vento. Vácuo…

Não me lembro de nada, só da causa perdida, da perda que sofri, do vazio que me tornei. As vezes penso que sou um grande vazio envolto de uma grande capa de pele e órgãos, pois nada do que acontece me afeta, aparentemente, talvez eu seja um sociopata, ou talvez eu seja apenas um cara confuso. A verdade é que independente do relacionamento que eu tenha, eu machuco alguém e saio ferido, só que anestesiado. E essa anestesia é forte até de mais, parece anular todo o meu potencial vital, e me transforma em uma espécie de zumbi do amor, algo próximo de alguém que quer amar, não consegue, mas continua insistindo, inerte, sem evoluir ou modificar, apenas prossegue com a jornada de busca para o que é mais valioso na vida, e que provavelmente nunca terei.

Pausa. Vento. Vácuo. Vento…

A morfina que ilude minha capacidade emotiva é forte, mas parte da desgraça em que minha vida se tornou colabora para com isso. De certa forma, eu assisto essa falta de “sentir”, de forma consciente, pois mesmo sabendo que não sentirei nada, prossigo com a jornada que sei, acabará com um final nada feliz. Mas as vezes penso, o que importa realmente é o final, o começo ou a jornada? Quando acabo, vejo que tudo não passou de um mimo meu, e que nenhum dos três me agradou, pois já no início eu previ que seria ruim, na jornada eu não aproveitei pensando no final, e no final acabou como sempre, o que me faz refletir sobre a minha condição humana, e se ela ainda existe, já que analisando minhas atitudes, pareço tão robótico, desligado e fora de realidade.

Vácuo. Vento. Pausa. Pausa…

Fato é, que nada faz sentido, muito menos minhas divagações sobre minha realidade alternativa que contemplo dia após dia, uma realidade que não atinge ninguém, mas que me cerca e afoga como se fossem seres amaldiçoados com o único objetivo de destruir uma vida já perdida no vento, e que conforme pausa, o tempo não corre, mas a tristeza escorre junto dos fluídos vazios que viveram dentro de mim, restando apenas um vácuo, perdido no espaço-tempo, se tornando praticamente no mesmo ser que ali habitava, só que desta vez, sem toda a carne que o fazia humano e detestável, agora é apenas aquilo que é, e ninguém pode entender ou perguntar, a resposta sempre ficará no ser, que mesmo mutável, permanecerá com a mesma essência e com várias pausas, pausas temporais, pausas espaciais, pausas insignificantes, pausas que mudam vidas.

De:Igor Frederico

de Igor Frederico

Sangue,ânus,amor

30/12/2010

Não né cara, eu nunca a vi,mas sempre soube que a amei.

– Mas cara, não dá pra saber, ainda mais se nunca tiver visto a pessoa.

Claro que dá animal, presta atenção, o amor é uma coisa que não se explica e nem entende, mas sim, que se sente,e você saberá tanto quanto eu soube,que é a “garota” certa e que você quer morrer ao lado dela,ou pelo menos em seus braços.

– Caraca,viajou agora mano,tem hora que você endeusa de mais ela,Puta que pariu.

Não é “endeusamento”,tá mais pra retrato do que isso. Eu não romantizo o amor só porque ele automaticamente tem que ser romântico,eu apenas evidencio o que sinto de forma concisa,e que,por se tratar de amor,acaba por parecer “embelezamento”.

-Maluquice, isso sim. Enfim, minha namorada hoje, mordeu meu lábio saca?Só que ela puxou ele, só que não foi sutilmente, foi com muita força, o fazendoele parecer uma liguinha de pamonha torturada, e quando ela soltou, ela levou um pedaço dele com ela mew. Por isso estou com esse baita bandeid estampando minha cara. Na hora jorrou sangue na minha cara toda, e ela ficou rindo, tipo,rindo mesmo,com um baita bife meu na boca,doente ela.

Sempre te disse que ela era maluca…

-Maluca?Foi maravilhoso, o sangue escorreu e eu engoli, e tinha um gosto diferente,porque sei lá,o do lábio eu nunca tinha provado,nunca apanhei da escola nem nada, E quando o tal sangue tocou minha goela,pude sentir algo novo,tipo a poção do Asterix,sabe “coméqueé”?
Daí o negócio fez foi me deixar mais maluco por ela, e eu a agarrei com mais agressividade e comecei a beijá-la, tudo isso com sangue entre nossos lábios se esparramando por nossas faces como se fossem saches de katchup abertos impropriamente com a boca e que jorram em nossas roupas. Foi o melhor beijo de minha vida!

:O

-Pra que essa cara?

Você é doente mew.

-Eu sou doente?E você que me falou uma vez, que tinha feito sexo com a menina e ela meteu o mindinho no seu ânus e você delirou?Heim? Delirar?Qual é?

Mas cara foi sensacional mesmo, porque foi antes da hora que eu ia gozar,ai meio que me contive com o mindinho dela lá dentro,e delirei,pois não gozei na hora programada, só depois,e por isso fui ao delírio.

-Mas você não acha sacanagem ter dormido com uma menina enquanto namora outra?Mesmo que a outra não more aqui?

Não. Sacanagem foi ela ter dormido com caras que eu odiava e ter me machucado, o que faz o dedo mindinho parecer coisa boa.

-Mas cara, vocês esta sendo infantil de mais, não acha?Querer que ela se prenda a você, sendo que você nem sequer foi visitá-la?Não acha que ela tem a vida dela lá, e que vários caras devem estar atrás dela por ela ser, bom, “cê” sabe, ”perfeita” como você sempre diz?

Então, por isso, tentei superar ela, e tentar esquecê-la com a “mina” do mindinho,que era uma estúpida,e não tinha senso de humor nem era inteligente,e nem bom gosto tinha,as músicas que ela escutava…Meu deus,mas eu estava tão triste,por saber que a outra nem estava ai pra mim,que fiquei com essa guria assim mesmo.

-Mas cara, como ela não pode estar ai pra você, se você nunca nem a beijou?Como ela pode não te querer se ela nunca sentiu um abraço seu?Não… Cala a boca, o que eu quero dizer, é que você não deve se apegar muito a ela, se quiser continuar a amando,pois eu te conheço,e você sempre vai fundo de mais em relacionamentos impossíveis e acaba se machucando toda vez,até porque você é todo lerdo. Sente prazer com um dedo enfiado no rabo, tem que ser lerdo de mais mano.

Nem vem, e ter um orgasmo por causa de sangue na boca não é lerdeza?Sai pra lá seu escroto! E veja bem, acho que vou desistir dela, eu não sei mais se a amo, ou se o que sinto por ela, é de fato, verdadeiro agora. Porque, sei lá, ela sempre me divertiu, me Fez rir, ficar bravo, triste, e ultimamente ela parece estar tão distante,que nem sinto mais o que sentia antes,deve ser o tempo, ou deve ser um problema comigo né cara. Mas acho que você nunca terá esses problemas, até porque você é todo esperto e só fica e se importa com quem está ao seu lado, e eu admiro muito isso, porque ultimamente parece estupidez me importar com ela,estando tão longe sabe?

-Eu não acho, acho lindo, e acho que você só precisa se esforçar mais pra ver ela, se é o que realmente quer. Porque se até hoje você não a viu, e a magoou por isso, ela está muito longe de estar errada, estando “distante” do jeito que está, eu até lembro-me de você me falando que ia lá no fim do ano,e se não me engano,prometeu a ela. Cara, você não fez por merecer o amor dela, você não pode ficar reclamando agora, você é um imprestável no fim das contas.

É sempre bom contar com amigos como você. =D

-E cara, eu achei muito bom você ter me falado aquilo dela. De que ela agora está realmente apaixonada por um cara que mora lá perto dela. Não acha que isso é super bom pra ela, de que finalmente ela está feliz?

Err,é sim. Acho que o melhor pra todos é que eu supere tudo isso, seja normal, e não encha mais o saco dela, e se acontecer da gente se ver, o destino dirá o que cada um deve fazer.

De Igor Frederico

Azaghal,o anão

Alottoni

Os líderes do melhor podcast do mundo!

de Igor Frederico

A Origem

21/08/2010

Inception, 2010 – Direção: Christopher Nolan – Elenco: Leonardo DiCaprio,Ellen Page,Joseph Gordon-Levitt

Inception já nasce grande, com seu trailer assistido e amado por milhões de pessoas a coisa já preparava seu terreno para se mostrar algo enorme. Nolan é um cara que vinha de filmes grandiosos em sua visão para as telonas, os dois Batmans e O Grande Truque são obras que podem nãos er amadas por todos, mas já começam em um formato grandioso. O filmar em IMAX deixa os filmes do diretor já grandes, e o modo com que ele filma só tem determinado o tamanho que suas obras pretendem alcançar. E o grande, na maioria das vezes não fica por conta dos temas, mas sim por conta de “como” os temas são mostrados, de como os personagens são retratados, de como o ápice chega, o “como” mostrar de Nolan transforma suas obras em coisas grandes em tamanho, literalmente. E com Inception é desde já, o filme mais grande do “homem” em tudo, dos cenários à fotografia, da abordagem ao tema ao ápice final, tudo aqui é maior que em todos os filmes do Nolan, e muitos podem não gostar, mas como Inglorious Basterds, essa é a obra prima do Nolan. Porque como o filme do Tarantino? Porque muitos não acharam o melhor filme dele, mas a maioria concordava que em termos cinematográficos, era seu melhor filme. O mesmo acontece com Nolan e Inception, muitos detestam e muitos adoram, mas eu vejo que até hoje a maioria acha que este é o seu melhor filme, inclusive eu.

O filme tem uma plot simples, mas que é tratada de modo mais atencioso e não muito complexo, por parte de Nolan. Ele volta todas as suas atenções para a plot, tanto que introduz a personagem de Ellen Page, que com suas eternas pernas tortas e ar “Juniano” conduz o filme boa parte para nós da cadeira, e ninguém mais, e isso é claro e proposital. E o filme tem três partes claras e definidíssimas: A apresentação e explicação do que é, A chegada e o começo do ápice, e o ápice ou The Prestige,se preferir. E em meio a isso somos jogados a uma trama que envolve sonhos e que se constrói sem menção ou pretensão de ser algo maior do que tudo, mas que como já citado, já nasce grande. Só pra não deixar vago, atrama se desenvolve em cima de um grupo de personagens que trabalham no mundo dos sonhos, como uma espécie de mercenários do sono, onde roubam informações preciosas de pessoas importantes e as vendem para possíveis interessados. No caso do filme, a trama se desenvolve em cima da “inception”, que é a inserção de uma memória dentro do sonho e não a extração de uma. Mas para que isso ocorra, há todo um trabalho significativo, um tremendo projeto mesmo, que precisa de um arquiteto, um bandido, o acionista e o caramba. Mas temos diversas subtramas que ajudam o filme a se movimentar de forma menos fria (coisa que Nolan sempre foi). Então entram alguns temas batidos e outros até que legais. O mais batido e que acaba sendo o principal, é a a busca de um pai por sua família e que só pode se concretizar após a missão estar comprida, e ser clichê aqui, não necessariamente engloba ser ruim, pois como já disse, a atenção de Nolan em cima de sua história é tão significativa que nada fica ruim, principalmente o filme em si, já que é todo espelhado em outros filmes e livros, mas que por ser tão bem produzido acaba tendo sua carga inovadora, não em termos cinematográficos, mas narrativos em blockbusters. Nolan é e sempre será um filho da puta dum montador maravilhoso. Memento não nega isso, nem os Batmans, ou Prestige, todos são filmes onde, se a trama não prende,a narrativa faz esse papel. Mas em Inception o que prende é o paraíso visual, o desenrolar da trama e seus ápices.

A misé-en-scene de Nolan, claramente inspirada em seu próprio filme antecessor, The Dark Knigth, chega a ser mais eficiente aqui, na verdade é e muito mais eficiente que a do outro filme quando chegamos aos momentos finais, onde aqui tudo tende a crescer e se tornar maior e mais cativante, coisa que faz lembrar que no filme do batman não acontece,os momentos finais da obra chegam a ser chatos e se perdem sem ápice, ápice esse que acontece, deveras, em todas as cenas que o Coringa dá as caras. Já em Inception, os ápices não existem, apenas o ápice, e isso tudo é evidenciado pela trilha contínua de Hanz Zimmer, que não funciona como score para ser ouvido separadamente, mas que na timeline do filme se encaixa perfeitamente fazendo apenas um fundo continuo e sem ápices, guardando esses para os momentos grandes que estão destinados para o final do filme.

E o final vem acompanhado de tantas coisas belas e grandiosas, cinematograficamente falando, que eu babei, não sei você, mas eu babei pra caralho. O uso já tão falado da câmera super ultra mega blaster lenta no filme é um achado fantástico ainda mais quando envolve o tema discutido: sonhos. Sem contar na cena mais bestmotherfucker da década, onde um carainha magricela bate numa porrada de “agentes” em plena gravidade zero e faz todo tipo de cena de ação parecer brincadeira. (exagero de minha parte,mas é a cena mais foda que vi em 10 anos!)

E o filme se torna a obra-prima de um diretor que começou no anonimato (Following e Memento) e partiu para ser o grande salvador do cinema “quarteirão” de qualidade, acho que não vejo blockbusters tão bons desde Tubarão! E Inception será bem melhor definido por você, quem assiste é que deve saber oq ue entendeu, por siso não quis explicar nada, o melhor é ver, se não entendeu, rever, mas como eu mesmo defino o filme, “não é difícil de entender,só não é simples”.

5/5

de Igor Frederico